Já pensou em ser dono de um restaurante, mas não tem a estrutura de uma cozinha industrial? Talvez o seu primeiro passo esteja numa Dark Kitchen ou cozinha fantasma. Por isso, se você sonha em empreender no ramo da gastronomia, precisa terminar de ler este artigo.
Engana-se quem pensa que para empreender é necessário grande investimento. É evidente que ter recursos à disposição ajuda, e muito, os (as) empreendedores em sua fase inicial, entretanto, a tecnologia se mostra uma aliada da quem dispõe de poucos recursos, mas muita vontade de ser dono (a) do próprio negócio. Este é o caso de um modelo de negócio chamado de Dark Kitchen ou Cozinha Fantasma, que nada mais é do que cozinhas instaladas com estruturas para atender apenas pedidos de delivery.
Popularizado durante a pandemia, este modelo de negócio tem crescido no Brasil e no mundo, permitindo que muitas pessoas possam empreender e tirar o sustento de sua família. Basta abrir um dos aplicativos de entrega de comida, como Uber Eats, Rappi ou iFood, para verificar como há ali uma série de estabelecimentos que efetivamente não possuem um local fixo para receber seus clientes. Trata-se de indivíduos que preparam os alimentos numa cozinha que muitas vezes é compartilhada por outros estabelecimentos do gênero e entregam conforme os pedidos chegam pela plataforma.
Há, inclusive, casos em que estabelecimentos que adotam esse modelo tornaram-se tão populares que abriram espaços fixos para receber os clientes. Contudo, há também casos de restaurantes que fecharam as portas em decorrência da competitividade gerada por esse modelo, que é muito mais barato por não necessitar de todo o investimento na estrutura de um restaurante tradicional. Há também casos de restaurantes tradicionais que alugam sua cozinha para esses empreendedores e, desta forma, incrementam suas receitas. Neste sentido, tanto as Dark Kitchens como os restaurantes tradicionais precisam se esforçar para conquistar a clientela e não perder seu lugar no mercado.
Quem mais lucra com as Dark Kitchen, é claro, são as grandes redes de marketplace, como Ifood, Uber Eats e Rappi. Vale lembrar que nenhuma das três citadas possuem uma só cozinha, mas elas estão remodelando esta indústria com investimentos altos. Esses aplicativos se valem da tecnologia e dos dados fornecidos pelos clientes para identificar a demanda por um determinado tipo de refeição em um bairro ou vizinhança da cidade. Desta forma, as gigantes da tecnologia buscam um restaurante que já usa sua plataforma de entrega e o ajudam a escolher o ponto para instalar a dark kitchen.
Muitas vezes, o contrato entre a Dark Kitchen e o aplicativo é de exclusividade, ou seja, apenas para atender os clientes daquele serviço de entrega. Em troca, o delivery investe no marketing da marca, que só será exposta na sua plataforma, e ajuda a definir menu e preço. Por isso, a tendência é que este modelo de negócio cresça ainda mais nos próximos anos.
A Método Contabilidade ressalta que os aplicativos ficam com um percentual das vendas de cada produto vendido, o que reduz a margem de lucro. Por isso, cada empreendedor deve avaliar detalhadamente se vale ou não a pena ingressar nestas plataformas. O fato é que, mesmo que a opção seja a de não entrar, é fundamental que o empreendedor desenvolva estratégias para disponibilizar seus produtos por meio do delivery e que divulgue seus serviços para a sua comunidade.