Você já deve ter ouvido falar que a propaganda é a alma do negócio, afinal, é por meio dela que sua empresa se torna conhecida, que você apresenta aos clientes em potencial os diferenciais do seu negócio e, também, fortalece a identidade e a proximidade com os seus atuais clientes. No meio médico não é diferente, afinal, se você possui uma clínica ou trabalha como profissional autônomo, precisa divulgar seus serviços para atrair novos clientes e se manter relevante no mercado. Contudo, é importante saber que na área médica, essa divulgação precisa respeitar uma série de regras que a Método Contabilidade te mostra a seguir.
Antes de sair por aí divulgando sua marca ou o quanto seus serviços são melhores do que os dos seus concorrentes, é importante estar atento(a) às normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Além do mais, é fundamental ter em mente que, por se tratar de uma área da ciência, os anúncios de tratamentos precisam ter comprovação científica. O chamado marketing “caça clique”, que se utiliza de desinformação sem comprovação científica e que faz promessas milagrosas de resultados, pode comprometer a credibilidade da empresa e até mesmo da medicina como um todo.
Confira a seguir algumas das determinações do Manual de Publicidade Médica, lançado em 2011 pelo CFM:
1- Informações que devem conter dentro dos anúncios médicos
Independente do meio de comunicação, qualquer exposição de um serviço médico deve acompanhar as seguintes informações:
Nome do profissional;
Especialidade ou área de atuação (se for registrado pelo CRM);
Número da inscrição do CRM;
Se for especialista, o número de registro desta especialidade pelo CRM.
2- Participação na divulgação de assuntos médicos deve ser exclusivo de caráter educativo
Você já deve ter visto muitos(as) médicos(as) participando de programas de rádio e televisão e falando sobre sua especialidade médica, não é? Pois bem, de acordo com o Código de Ética, o(a) profissional não pode aproveitar essa visibilidade para divulgar seu serviço; a presença dele deve ser exclusivamente com o intuito de educar a população com assuntos relacionados à saúde.
3- Divulgar conteúdos médicos de forma sensacionalista ou inverídica
Você já deve ter visto muito anúncio de tratamento médico onde é mostrado o antes de depois do procedimento, não é? Pois bem, essa é uma prática proibida, afinal, esconde que muitas vezes os procedimentos levam tempo para alcançar os resultados esperados, podem resultar em complicações e até mesmo não chegar ao resultado desejado. Além do mais, os anúncios não podem associar o serviço à melhora do desempenho físico ou sexual; bem estar emocional; intelecto, entre outros. Infelizmente essa é uma das regras mais desrespeitadas do Manual, tanto que as redes sociais têm, inclusive, restringido ou proibido os anúncios com esse tipo de conteúdo. Nesse sentido, vale ressaltar que páginas ou perfis que firam as regras das plataformas, podem inclusive serem retirados do ar.
4- Divulgar tratamentos que não foram reconhecidos cientificamente
A ciência é pesquisa e experimentação e muitos procedimentos passam a incorporar os trabalhos médicos após um longo período de testes e análises. Por isso, divulgar métodos que ainda não estejam cientificamente comprovados pode gerar falsas esperanças e ainda resultar em processos para o(a) profissional, caso haja complicação. Por isso, a divulgação dos tratamentos precisa respeitar o tempo da ciência e o próprio amadurecimento da técnica aplicada.
É fundamental que qualquer informação científica divulgada esteja relacionada a um estudo clínico já veiculado em publicações científicas. Essa precaução é importante para a segurança dos(as) pacientes e para a credibilidade da própria empresa ou profissional envolvido(a).
5- Consultar, diagnosticar ou prescrever por meios de comunicação de massa
Como profissional da área médica, você deve saber que ao longo de um dia de trabalho, você atende uma série de pessoas. Cada indivíduo possui diferentes quadros clínicos, com sintomas diferentes uns dos outros, com níveis de intensidade diferentes e que exigem um tipo de tratamento ou procedimento específico. Portanto, é extremamente preocupante que os meios de comunicação de massa, como rádio, TV e internet, sejam utilizados para realizar consultas ou prescrever tratamentos sem a realização de exames físicos, exceto em casos de emergência ou impossibilidade. Vale ressaltar que a consulta deve ser individualizada e não deve ser feita por meio de diagnósticos ou tratamentos genéricos.
6- Anunciar títulos científicos ou especialidades para qual não esteja qualificados ou registrados no CRM
Como já mencionado no primeiro tópico, dentre as informações que devem constar nos anúncios médicos, uma delas é a especialização médica. A área de especialização, no entanto, deve ser reconhecida pelo Conselho Regional de Medicina para ser divulgada; dentro do anúncio também deve constar o número de registro da área.
7- Participar de anúncios comerciais valendo-se da imagem profissional
O médico não pode utilizar a sua imagem profissional para fins comerciais como propagandas de produtos ou empresas. A imagem de outras pessoas, como famosos ou pessoas que são facilmente reconhecidas também não podem aparecer sugerindo determinado consultório ou médico. Estas atitudes podem comprometer o valor social da medicina, cujo trabalho não deve ser voltado para fins lucrativos, mas para atender a população. Em casos de palestras ou exposições feitas pelos médicos, é essencial que seja explicitado o recebimento de patrocínio, seja de alguma empresa ou do governo, se houver.
8- Apresentar como originais quaisquer ideias, seja de informações ou imagens, sem que estas sejam
O plágio é extremamente combatido dentro das faculdades e universidades, porém, na atuação profissional também é preciso combater essa prática, afinal, as pesquisas costumam levar anos e até décadas para serem comprovadas cientificamente. Valorizar o trabalho de outros profissionais demonstra apreço pela carreira, respeito aos valores médicos e, principalmente, compromisso com a ética e com o desenvolvimento individual. Por isso, ao divulgar imagens e textos nas redes sociais, por exemplo, certifique-se de que esteja fazendo menção da autoria.
Para mais informações sobre as regras específicas para a publicidade médica, você pode consultar o Manual de Publicidade Médica neste link.